sábado, 25 de outubro de 2014

O jeito é votar em quem fede menos.

A frase "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come" nunca foi tão assertiva como no cenário atual. Todo mundo já passou algum momento na vida onde se viu sem saída, onde qualquer decisão tomada seria prejudicial. Pois é. Estamos na véspera da eleição presidencial que vai decidir quem vai nos governar nos próximos 4 anos e as opções de candidatos são desmotivadoras. Dilma e Aécio: tudo farinha do mesmo saco.

É triste não poder votar conforme sua ideologia, já que nenhum dos dois candidatos e partidos te representa. O que fazer neste caso? Votar nulo, jogando a batata quente pra outras mãos? Porque se eu decidir anular e o bicho pegar, posso depois me justificar afirmando que a escolha não foi minha, sendo um tanto quanto cômodo. Ou não. Até votar nulo pode ser ideológico, desde que saiba conscientemente o que está fazendo.

Eu decidi votar no menos pior. Naquele candidato que, apesar de todas as cagadas realizadas por seu partido, ainda constam alguns pontinhos a favor que, numa situação dessas, não podem ser ignorados. Li outro dia no facebook a seguinte frase: "entre Dilma e Aécio, eu prefiro pedir desculpas pros índios e devolver o Brasil." Já que isso não é possível e a morte é inevitável, então melhor irmos pro abate com a certeza de que fizemos o melhor, até tentar achar uma luz no fim do túnel. O pior é quando essa luz do fim do túnel é a luz do trem que vem em nossa direção pra nos estraçalhar.

Eu não estou aqui pra pedir o seu voto e nem elogiar esse ou aquele candidato. Muito menos quero que você vote em quem eu vou votar. O que gostaria de pedir, encarecidamente, é que pense antes de votar. Não seja um boneco de fantoche caindo na manipulação da mídia. Não acredite em tudo o que você ouve por aí e nem fique papagaiando opiniões de senso comum sem ao menos pesquisar antes. Não ignore a memória política de nosso país e questione tudo.

A disputa está acirrada e seu voto pode fazer a diferença. O Brasil conta com você!!!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A minha verdade te afeta???

Nós, seres humanos, temos o costume de conduzir nossa vida baseado em diversos dualismos: o que é certo e errado, do bem e do mal, céu e inferno, verdadeiro e falso; entre outros.

Precisamos sempre nos basear em algo concreto, fazendo um pré-julgamento, para que possamos seguir a vida conforme nossos costumes, valores e ideologias. É assim que a gente se enxerga no mundo, se comparando com o outro para que possamos descobrir quem somos de verdade.

Qual a real necessidade de tanto julgar? Porque precisamos sempre, de alguma forma, inferiorizar o que a gente não acredita, como se só a nossa verdade fosse a correta? já parou pra pensar que, dependendo do contexto e da cultura que o meio impõe, qualquer opinião pode estar certa?

Eu, particularmente, tenho dificuldade em respeitar todas as opiniões. Alguns discursos me incomodam. É difícil ficar indiferente quando se prega, por exemplo,  a favor da maioridade penal ou contra o relacionamento homoafetivo ou quando se julga a mulher por ela sair "dando" pra todo mundo. De boa, qual o problema???

As ideologias dizem muito mais a respeito de quem somos do que realmente queremos dizer. Devemos deixar de lado a moral impregnada em nossas cabeças para, só assim, começarmos a pensar por nós mesmos... e com isso vamos perceber que cada um usa o C* do jeito que quer, ou que a mulher tem o direito de fazer o que deseja com seu próprio corpo e que ser macumbeiro é tão normal como ser cristão.

Não existe certo ou errado, tudo é questão de ponto de vista. Devemos tirar o véu de nossos olhos que nos impede de ver mais além. E nessa busca incessante, quando encontrarmos uma verdade absoluta, tenha certeza que existirá várias verdades absolutas a sua volta.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Viva o país de Feliciano e Bolsonaro!!!

Marcos Feliciano ficou em 3º colocado como candidato para deputado federal por São Paulo com mais votos e Jair Bolsonaro foi o candidato a Deputado Federal pelo Rio de Janeiro mais votado nas eleições de domingo. O que mais eles tem em comum??? São semelhantes em seu moralismo, preconceito, apologia a discriminação, homofobia, falta de humanização e amor ao próximo.

Como que candidatos que discursam palavras de ódio conseguem se eleger? Quem são os mais de 850.000 eleitores que votaram em seres como estes? Como que atitudes de racismo, homofobia e preconceito não impedem que os opressores sejam eleitos? Sinceramente não entendo.

O que falta no ser humano é o processo de EMPATIA, de se colocar no lugar do outro. Pode-se chamar o vizinho de nordestino, veado, preto, pobre e gordo; desde que não invada o seu quintal. Aí a gente finge que fica sensibilizado com o preconceito mas no fundo dá graças a Deus que esse "mal" não chegou até a gente, no famoso "antes ele do que eu". E como quem não apanha, não lembra; ainda vota-se nesses imundos para nos representar no Congresso. De boa, representar quem???

Feliciano e Bolsonaro representam uma parcela da sociedade que é hipócrita, que pensa somente no seu próprio rabo, que ignora os conceitos de ética e respeito mútuo e que esconde seus preconceitos atrás de discursos cristãos moralistas. Eles provocam um emburrecimento coletivo camuflado de bem querer e bons costumes.

Até quando vamos deixar que nosso país sejam representados por pessoas mau-caráter? Até quando a política vai ser tratada com menos descaso e mais seriedade? Até quando o mal vai pairar sobre o bem? Até quando? Até quando? Até quando?

sábado, 4 de outubro de 2014

Ó, e agora, quem poderá nos defender?

Assistindo ontem o debate eleitoral político, um dos candidatos estava defendendo a classe da polícia, que está desvalorizada e que merece melhores salários e qualidade de vida no trabalho. Concordo plenamente, mas acredito que, por trás dessa defesa, tem justificativas implícitas que passam longe do reconhecimento dessa profissão.

Infelizmente, a categoria da polícia está em decadência e ao invés da mesma proteger o cidadão,  acaba reprimindo, obedecendo as vontades dos mais fortes do poder, deixando os interesses da sociedade em segundo plano. E aí vale tudo: mata-se negros pobres por nada, agridem manifestantes, abusam descaradamente do poder, gritam mostrando autoridade e muitas outras barbaridades que escutamos todos os dias.

Eu me pergunto: porque fala-se em valorizar os polícias (que batem) e ignoram os professores (que ensinam)? Depois de tanto pensar, chego a uma triste conclusão:  é mais vantajoso ter um povo reprimido e passivo do que cidadãos pensantes e questionadores, dá menos trabalho e proporciona maior controle para conseguir mais facilmente o que deseja.

A matemática é simples: educação + investimento = aumento da qualidade. Se aumenta a qualidade, o conteúdo é repassado de forma mais eficaz. Se a informação é absorvida, cria-se pessoas geradoras de transformação, e tudo que está em constante mudança não sabe-se qual será o resultado final. Ou seja, FUDEU PROS CARA.

Por isso que a valorização da polícia (e só dela) talvez seja uma estratégia de controle de massa, fantasiado de segurança e proteção do ser humano. Essa visão não é de pessimismo, é de tentar enxergar pelas entrelinhas tudo o que está sendo apresentado.