
Lembro como se fosse hoje
quando minha mãe chegou em mim e me perguntou se eu era gay. Olhei pra face
dela e percebi que ela estava prestes a chorar. Ela já sabia a resposta. Eu
falei um simples: “É claro, mãe”. E ela chorou. Eu vi a dor, ali na minha
frente... é como se ela tivesse chorando pelo morte de alguém, de um filho que
nunca vai ter, de um sonho que foi roubado, de um futuro predestinado.
Deu
vontade de chacoalhar ela e gritar: "Tá, mas cadê a promessa que você me fez??? Vc
prometeu que mesmo se o mundo desabasse, vc estaria do meu lado... E o meu
mundo desabou, porque o meu mundo era você, mãe." Mas eu me calei.
Ninguém falou que a vida seria
fácil, mas é foda saber que a sua essência faz sofrer quem mais você ama na
vida. Se eu pudesse, eu arrancaria meus dois braços só pra te ver feliz. Só não
me peça pra ser quem eu não sou, pra arrancar meu coração, porque aí eu morro,
aos poucos.
E deve ser triste morrer e continuar vivendo...