domingo, 18 de março de 2018

Verme (Marielle Franco, presente!)


Verme

Substantivo masculino

Um nada prepotente

Num mundo de inconstâncias e cinismo

Vítima de nós mesmos

Mordaças disfarçadas de ordem e zelo

Cegos diante da nossa insignificância

Fortes para inflar o ego de poder e arrogância

A cor que aprisiona o destino sem perdão

Estalo, tiro, sangue, chão

A voz que gritava silencia-se na calçada

Mulher, negra, feminista e favelada

Mataram-na porque acreditavam ser

Morreu porque queria pertencer

Há muito mais entre nascer e morrer

Que vai além de simplesmente viver

Estado de consciência

Fuzilando o senso comum

A cela que me prende

Aprisiona qualquer um

Somos vários “vazios” iguais

Num mundo que nos engole com precisão

Vermes que se perdem em si mesmos

Na vida, na vala e na esperança em vão.

 

 

(Inspirado no assassinato da Marielle Franco
mulher, negra, da periferia, vereadora, que lutava pra simplesmente SER)

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