A frase “Até
que a morte os separe”, falado em alto e bom som em cerimônias de casamentos,
simbolizando o amor idealizado, nunca esteve tão fora de moda nos dias atuais.
Estamos na era
da comunicação instantânea, onde recebemos grandes quantidades de informações a
todo o momento e essa globalização dos fatos em tempo real faz com que não se
tenha uma base sólida, porque o que é considerado “certo” agora, daqui a cinco
minutos já se tornou ultrapassado.
Essa dinâmica
veloz do aqui/agora é consequentemente transferida para as nossas relações. Antigamente
o amor era construído com o tempo, com a cumplicidade e com a tolerância. Atualmente,
se uma relação não está da maneira que se deseja, porque tentar consertar, se o
mundo mostra mil outras possibilidades batendo a nossa porta?
A busca
incessante de sempre querer relacionamentos personalizados, faz com que as
relações não sejam duradouras, e com o tempo faz com que se tenta maior
dificuldade de criar vínculos. Se pudesse resumir em uma palavra a razão desse
troca-troca afetivo, seria MEDO. O medo de se comprometer, o medo da
frustração, o medo da entrega, o medo do desconhecido, o medo, o medo, o medo. A realidade nos permite fugir da consolidação
das relações pela porta de entrada e ainda faz com que pensemos que somos
fortes, mas isso explicita ainda mais a nossa fragilidade.
A tecnologia
desenfreada que nos vomita informações a cada segundo poderia ser vista como
evolução, se usássemos de forma consciente a nosso favor e não como espelho a ser
seguido em nossas relações. Relacionar-se é como pegar um trem sem destino
definido, sem a certeza que encontrará alguém que valha a pena. Se por acaso
não encontrar, a viagem não estará perdida, pois o caminho é mais importante
que o fim.