quinta-feira, 23 de abril de 2015

Amor líquido: evolução ou retrocesso?



A frase “Até que a morte os separe”, falado em alto e bom som em cerimônias de casamentos, simbolizando o amor idealizado, nunca esteve tão fora de moda nos dias atuais.

Estamos na era da comunicação instantânea, onde recebemos grandes quantidades de informações a todo o momento e essa globalização dos fatos em tempo real faz com que não se tenha uma base sólida, porque o que é considerado “certo” agora, daqui a cinco minutos já se tornou ultrapassado.

Essa dinâmica veloz do aqui/agora é consequentemente transferida para as nossas relações. Antigamente o amor era construído com o tempo, com a cumplicidade e com a tolerância. Atualmente, se uma relação não está da maneira que se deseja, porque tentar consertar, se o mundo mostra mil outras possibilidades batendo a nossa porta?

A busca incessante de sempre querer relacionamentos personalizados, faz com que as relações não sejam duradouras, e com o tempo faz com que se tenta maior dificuldade de criar vínculos. Se pudesse resumir em uma palavra a razão desse troca-troca afetivo, seria MEDO. O medo de se comprometer, o medo da frustração, o medo da entrega, o medo do desconhecido, o medo, o medo, o medo.  A realidade nos permite fugir da consolidação das relações pela porta de entrada e ainda faz com que pensemos que somos fortes, mas isso explicita ainda mais a nossa fragilidade.

A tecnologia desenfreada que nos vomita informações a cada segundo poderia ser vista como evolução, se usássemos de forma consciente a nosso favor e não como espelho a ser seguido em nossas relações.  Relacionar-se é como pegar um trem sem destino definido, sem a certeza que encontrará alguém que valha a pena. Se por acaso não encontrar, a viagem não estará perdida, pois o caminho é mais importante que o fim.

4 comentários:

  1. Não acho que esteja fora de moda. É uma frase muito bonita. O que parece estar na moda é a pessoa ser descartável porque a "galinha da vizinha parece ser melhor que a minha".

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    1. Isso é o retrato do mundo em que vivemos atualmente. As pessoas tem o vício de sempre olhar pro outro ao invés de si mesmo.

      Abraços!!!

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  2. Bem... Quem acredita que relacionamentos são descartáveis tá precisando repensar na sua "sustentabilidade emocional"... rs

    Mas o oposto disso tb é uma tortura: manter o relacionamento a qualquer custo é uma violência a si mesmo (e a outra pessoa). Quando acaba respeito, confiança e afinidade e a convivência só piora as coisas, pode ser uma boa ideia acabar com esse laço que, de tão embolado, virou um nó...

    por isso, nem relacionamentos descartáveis nem prisões perpétuas: o meio termo é o melhor caminho...

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    1. O equilíbrio em uma relação é fundamental...

      Abraços!!! :)

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