sábado, 17 de fevereiro de 2018

Faço da poesia um protesto!



Hoje uso minhas palavras em um tom de manifesto
Pra mostrar indignação pra além do que é concreto
O mundo está virado e ninguém percebeu?
O meu protesto ardente é pra esse tal de Deus

Senta aqui Deus, vamos conversar
Tira essa máscara de santo
A mim você não vai enganar

Se é tão bom como dizem, porque o mundo não evolui?
Mata-se em seu nome e depois faz o sinal da cruz
Você criou o mandamento : Amai o proximo como a ti mesmo
Mas esqueceu de explicar que isso inclui, gay, mulher e negro
Aqui mendigo não é gente e a sociedade quer extinguir
Não mata a fome do povo, quer matar as travesti

Você deu o livre arbítrio e o humano se corrompeu
Em nome do poder, dinheiro e status, muito político se vendeu
Elegemos representantes através de um sistema falido
Invadem as favelas, mas no congresso é que tem bandido
O que adianta ir pra urna se o voto é uma armada?
Bancada bíblia, boi e bala, é jogo de cartas marcadas

Democracia só existe pra atender interesses de uma classe de políticos que dá vergonha
Tiraram uma presidenta eleita pelo povo pra colocar no lugar um pamonha
 
E outra: sou preto, viado e não-cristão
É justo não ir pro céu que prometeu?
Porque está tão quieto, todo poderoso
O gato comeu sua língua, Deus?
 
 
E eis que Deus virou pra mim e disse:


Alexandre, meu filho, pare de papagaiar
Você não entendeu nada, então deixa eu te explicar
Eu fiz mesmo o ser humano como obra e semelhança minha
Mas ele se perdeu, a cara de pau da humanidade me irrita

Usam meu nome pra justificar as suas maldades, preconceitos e moral
Disso tudo eu não falei porra nenhuma, o ser humano que é mau
O livre arbítrio foi uma merda, eu não deveria ter dado
Os caram mijam fora da privada, imagina escolher um candidato?

Eu criei o céu, a terra e o mar, e até a mais linda música da orquestra sinfônica
Se liga que na terra é tudo manipulação e fraude
Por acaso eu criei a urna eletrônica?

Fiz o ser humano livre, pra ele não apenas SER e sim EXISTIR
Se matam tantas travestis, deve ser medo de não resistir e se assumir
E outra: se você é negro, eu também sou mas querem me embranquecer
A nossa raça é linda e não temos que temer
Se você é gay, seja feliz, o importante é viver
Eu não sou fiscal de cu, tenho mais o que fazer

Ei Alexandre, levanta daí, vai pra rua protestar
Me ajuda a transformar o mundo, pra igualdade reinar
Eu estou em quem luta, em quem milita, em quem poetiza
Estou na menina, na esquina de salto 15, na fome da larica
Estou em quem é explorado, espancado, assediado
Estou em você e em todos que me escutam nesse lugar que é sagrado

Vamos pra rua, a luta é nosso dever
E pra terminar  esse discurso, só tenho mais uma coisa pra dizer:
FORA TEMER!!!

2 comentários:

  1. ficou ótimo o 'diálogo poético'...sabe, Alexandre , eu penso que parece , realmente, que Deus não está olhando essas mazelas dos humanos e 'quetais' e parece que não faz nada, mas a bem da verdade, se fosse consertar todas as coisas erradas,ni exato momento que as vê, nós poderíamos pensar que estamos fazendo sempre bem.Abraços e belos dias!

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    1. Se Deus fosse consertar tudo, ia ter um puta trabalhão... é mais fácil começar tudo de novo...rs

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