sábado, 4 de outubro de 2014

Ó, e agora, quem poderá nos defender?

Assistindo ontem o debate eleitoral político, um dos candidatos estava defendendo a classe da polícia, que está desvalorizada e que merece melhores salários e qualidade de vida no trabalho. Concordo plenamente, mas acredito que, por trás dessa defesa, tem justificativas implícitas que passam longe do reconhecimento dessa profissão.

Infelizmente, a categoria da polícia está em decadência e ao invés da mesma proteger o cidadão,  acaba reprimindo, obedecendo as vontades dos mais fortes do poder, deixando os interesses da sociedade em segundo plano. E aí vale tudo: mata-se negros pobres por nada, agridem manifestantes, abusam descaradamente do poder, gritam mostrando autoridade e muitas outras barbaridades que escutamos todos os dias.

Eu me pergunto: porque fala-se em valorizar os polícias (que batem) e ignoram os professores (que ensinam)? Depois de tanto pensar, chego a uma triste conclusão:  é mais vantajoso ter um povo reprimido e passivo do que cidadãos pensantes e questionadores, dá menos trabalho e proporciona maior controle para conseguir mais facilmente o que deseja.

A matemática é simples: educação + investimento = aumento da qualidade. Se aumenta a qualidade, o conteúdo é repassado de forma mais eficaz. Se a informação é absorvida, cria-se pessoas geradoras de transformação, e tudo que está em constante mudança não sabe-se qual será o resultado final. Ou seja, FUDEU PROS CARA.

Por isso que a valorização da polícia (e só dela) talvez seja uma estratégia de controle de massa, fantasiado de segurança e proteção do ser humano. Essa visão não é de pessimismo, é de tentar enxergar pelas entrelinhas tudo o que está sendo apresentado.

4 comentários:

  1. uma visão lúcida e real de nossos dias e nossos sistemas de segurança pública ... parabéns

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    1. Lucidez é o q os nossos digníssimos candidatos estão precisando...

      Obrigado por estar sempre por aki :)

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  2. Nesse ponto, a ditadura fez um trabalho primoroso. Destruiu a educação, ou seja, cortou o mal pela raiz. Na década de 60, os estudantes que iam pra rua, passavam longe de ser caras-pintadas indo à passeata como quem fossem pra micareta. Estudantes secundaristas, sabiam exatamente o que estavam fazendo e porque lutavam.
    O governo da ditadura de então e que vigorou até a década de 80, negligenciou a educação por 20 anos, ou seja, matou o direito de pensar. Abriu as rádios FM trazendo música estrangeira, acabando com a mobilização política que havia nas rádios AM e sem educação, com os ouvidos entupidos de música, começou a geração que não queria nada com a vida (a minha).
    Chega, não quero mais falar sobre isso. Mas é isso mesmo.

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    1. É difícil pensar e falar sobre isso, né!? ... mas ainda é tempo de mudar!!!

      Abraços!!!

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