sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Quando eu cheguei, a porta estava fechada.

Meu pai sempre dizia: “Filho, o mundo vai te dar vários amigos, mas os verdadeiros amigos sou eu e sua mãe.” Já minha mãe estufava o peito e complementava: “ Na hora do aperto, não é ‘sicrano’ e nem ‘fulano’ que vai te ajudar, sou eu e seu pai.” E hoje estou aqui, de pé, perdido diante de tantas promessas e chego a triste conclusão que eles me enganaram. Não me enganaram porque queriam meu mal, me enganaram porque queriam o meu bem, só que do jeito deles.

Lembro como se fosse hoje quando minha mãe chegou em mim e me perguntou se eu era gay. Olhei pra face dela e percebi que ela estava prestes a chorar. Ela já sabia a resposta. Eu falei um simples: “É claro, mãe”. E ela chorou. Eu vi a dor, ali na minha frente... é como se ela tivesse chorando pelo morte de alguém, de um filho que nunca vai ter, de um sonho que foi roubado, de um futuro predestinado.

Deu vontade de chacoalhar ela e gritar: "Tá, mas cadê a promessa que você me fez??? Vc prometeu que mesmo se o mundo desabasse, vc estaria do meu lado... E o meu mundo desabou, porque o meu mundo era você, mãe." Mas eu me calei.

Ninguém falou que a vida seria fácil, mas é foda saber que a sua essência faz sofrer quem mais você ama na vida. Se eu pudesse, eu arrancaria meus dois braços só pra te ver feliz. Só não me peça pra ser quem eu não sou, pra arrancar meu coração, porque aí eu morro, aos poucos. 

E deve ser triste morrer e continuar vivendo...



domingo, 11 de outubro de 2015

O armário é o mundo!!!


Pessoal, acabei de criar uma página no Facebook chamado "O armário é o mundo", destinada a luta pela causa LGBT e o extermínio de qualquer tipo de preconceito relacionada a orientação sexual e a identidade de gênero.

Curtam lá e vamos juntos construir um mundo IGUAL pra todos!!!



Endereço eletrônico:
https://www.facebook.com/oarmarioeomundo?pnref=story


domingo, 30 de agosto de 2015

Ainda somos os mesmos e vivemos, Elis???

Eu cresci ouvindo as músicas da Elis Regina, graças ao bom gosto dos meus pais. Segue abaixo um texto que li em um Sarau Cultural em homenagem a essa grande cantora, onde usei uma das músicas que mais gosto, “Como os nossos pais”, e fiz uma “mistureba” de ideias. Aí vai:

Não quero lhe falar meu grande amor, de coisas que aprendi nos discos e nos livros, porque os discos arranham e os livros omitem. Escondem a história de luta do povo oprimido e vangloriam a versão do vencedor.  Vencedor este, de uma vitória desleal, que mostra que nem sempre o bem vence no final. Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo. Cresci sendo xingado de viado, Os negros, de macaco. As meninas, de fácil. Os pobres, de favelado. Os deficientes, de retardado.  

Viver é melhor que sonhar. Mas se não é o sonho, como é que vou respirar? Me diz, como é que eu vou aguentar? A vida vem leve como um soco no estômago que parece que nunca vai acabar. Mas eu sei que o amor é uma coisa boa. Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de QUALQUER pessoa. Porque se não temos dinheiro e status, somos tratados como um qualquer. Mas são os conjuntos de quaisquer que faz a vida andar pra frente, prontos pro que der e vier. 

Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina. As esquinas que ficam as travestis, vítimas de uma sociedade que não abraça quem é diferente e que quer só ser feliz. As esquinas escondidas dentro de nós, que insistem em não mudar, em não atravessar pra outra calçada, em não virar a rua e dar um novo rumo pra todo o tipo de intolerância. Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens. Porque o poder parece que venceu: veste terno, fala palavras bonitas, joga frases de efeito mas se suja só por causa de dinheiro. Dinheiro da saúde, da educação, da cultura, da creche, da merenda, da luta, do suor, do sangue meu e seu. E se o sinal está vermelho pra quem luta, então que sejamos daltônicos, ou vai continuar sendo um simples anônimo? 

Pra abraçar seu irmão e beijar sua menina, na rua. É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz. Braço pra lutar, lábio pra argumentar e a voz pra gritar. Lutar pelas injustiças que insistem em matar. Argumentar contra o que a mídia e o senso comum insistem em internalizar. Gritar pra que qualquer tipo de opressão não possa dominar. 

Já faz tempo eu vi você na rua. Cabelo ao vento, gente jovem reunida. Porque a rua é espaço pra quem está indignado... mas CUIDADO!!! Cuidado pra não ser só mais um capacho. Que a sua luta não seja usado por partidos mal intencionados. Que o seu ideal seja revolucionário. Na parede da memória, esta lembrança é o quadro que dói mais. Sabe porque dói? Porque distorceram nossas lembranças e nossa história. Penduram na sala principal, um quadro da família tradicional brasileira, como se isso nos representasse. Nos empurram goela abaixo um Deus Branco, que prega amor mas condena os gays, é bondoso mas criou o inferno pra quem sai da linha. PARA!!! Para e pensa, o mundo pedindo SOCORRO e ainda somos obrigados a escutar discursos morais preconceituosos enfeitados de amor e bem querer? A gente não é burro. 

Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos. Será que fizemos tudo, o bastante? Será que nossos atos refletem as nossas palavras? E será mesmo que ainda somos os mesmos? Assim como não dá pra entrar no mesmo rio duas vezes porque ele nunca vai ser o mesmo, porque esta em constante transformação, então que sejamos como os rios de águas cristalinas, não nos deixando poluir com a injustiça, a ganância e a hipocrisia. Só assim, não seremos os mesmos e não viveremos como os nossos pais. Seremos e viveremos bem melhores. 


domingo, 9 de agosto de 2015

O menino homossexual está em guerra.

Estou lendo o livro "Casamento Igualitário", de Bruno Bimbi (que aliás, é muito bom), onde é apresentado um fragmento de um artigo escrito pelo jornalista e escritor argentino Osvaldo Bazán para o jornal "Crítica da Argentina. Achei o texto muito FODA e por isso quero compartilhar com vocês.

"O menino homossexual está em guerra. Ainda não sabe que é homossexual. Nem que está em guerra. Também não sabe as causas dos dois fatos. No entanto, ele nasceu em guerra. Maldição, a de ter sido parido em território inimigo.

O menino judeu sofre a estupidez do mundo e volta para casa e em casa seus pais judeus lhe dizem "ESTÚPIDO É O MUNDO, VOCÊ NÃO." E lhe contam porque esta noite não é como todas as noites e sobre aquela vez que tiveram que sair correndo e o pão não cresceu. Dão-lhe uma lista de valores e tradições e lhe dizem: "O SEU LUGAR É AQUI". E o menino judeu saberá que não está sozinho.

O menino negro sofre a estupidez do mundo e volta para a casa e em casa seus pais negros lhe dizem "ESTÚPIDO É O MUNDO, VOCÊ NÃO." E lhe contam sobre o berço da humanidade, sobre um barco, uma guerra. Dão-lhe uma lista de valores e tradições e lhe dizem: "O SEU LUGAR É AQUI". E saberá que não está sozinho.

O menino homossexual sofre a estupidez do mundo e nem pensa em falar com seus pais. Acha que eles vão ficar chateados. Ele não sabe o porquê, mas eles vão ficar chateados. E o pior para os pais é acreditar que seu filho não é como eles.

O menino homossexual enfrentará algumas estupidezes. Será parte de uma minoria com a qual estabelecem, geralmente, relações de crueldade. As maiorias heterossexuais se acharam, ao longo dos séculos, moralmente superiores e, portanto, com direito a decidir como têm que viver os demais.

A homossexualidade - na verdade, todas as sexualidades não reprodutivas - foi pecado para as religiões, foi doença para a ciência e foi crime para o direito e os Estados. O poder nunca nos quis.

O menino homossexual, só por ter nascido homossexual, só pode ter sido parido em território inimigo, está em guerra com a religião, com a ciência e com o Estado. Como poderia um menino enfrentar uma luta tão desigual? Com que armas? Onde está o adulto que o escute?"


domingo, 2 de agosto de 2015

Parabéns pra mim!!!


Hoje é meu aniversário!!!

- Cadê a festa, Alexandre? Bora dançar funk até o chão, se acabar no arrocha, beber até cair e fazer passinhos do "É o tchan"?

Minha resposta é um lindo NÃOOO!!! Não tô nessa vibe hoje!!!

São 33 anos de idade (tá, eu tô nostálgico hoje). Quando eu era criança, eu imaginava que quando tivesse com 30 anos, estaria maduro, equilibrado, estabilizado, rico, realizado, gostoso... e percebo que só ser gostoso não é o suficiente (gente, não cheirei nada!!!...rs).

Parafraseando meu amigo Sócrates, quanto mais eu vivo,  "só sei que nada sei". Acho que uma palavra que me define é EXAGERADO. Se eu gosto, eu gosto de verdade. E nesse quesito eu confesso que sou meio DADO, gosto de quase todo mundo. Se eu brigo, aí saí de baixo... rs (quem já tretou comigo sabe do que eu tô falando). Quando acredito em algo, defendo e argumento com todas as minhas forças... mas, independente de tudo, acertando e errando, estou sempre em busca da minha ESSÊNCIA, procurando ser melhor a cada dia!

Por isso gostaria de agradecer a TODAS as pessoas que passaram por minha vida até hoje porque, de uma forma ou de outra, vocês me ajudaram a construir o que sou hoje. Ou seja, se me transformei em um MANÉ, sintam-se culpados... kkkkkk. Brincadeiras à parte, o que eu posso fazer no dia de hoje é agradecer pela minha vida e te acarinhar com um MUITO OBRIGADO!!!

Se alguém merece os PARABÉNS hoje, esse alguém é você, porque me aturar não é fácil!!!... rs

E que os anos que estão por vir sejam os melhores!!! Amém.

domingo, 28 de junho de 2015

O buraco.

Hoje eu vou falar do BURACO. Buraco??? É, sim senhor, do BU-RA-CO.

Era uma vez uma comunidade pobre, onde suas ruas só não tinham mais buracos pela falta de espaço. Os buracos se emendavam uns nos outros, formando um grande amontoado de vazio. Vazio este que se estenderam aos moradores do lugar, que tinham suas casas EMBURACADAS por marcas de balas de revólver. O mesmo revólver que fez buraco na cabeça do preto pobre, que roubou pra se mostrar vivo. O que ninguém contou é que, antes de roubar, roubaram-lhe seu sonho. Fizeram um buraco no seu futuro promissor, na sua perspectiva de vida e na sua esperança de ser grande. Ladrão que rouba ladrão não tem cem anos de perdão?

Nesta mesma comunidade, morando em um buraco qualquer, tinha um tal de João. Mas não é assim que o chamavam. Ele era carinhosamente apelidado de bichinha, maricona, veado, depravado, abominável, "morde-fronha", pervertido... ufa!!!  Se cada um sente prazer pelo BURACO que deseja, porque ele foi tão rejeitado? Fizeram um buraco no coração dele (e não é o buraco que o amor faz quando a gente está apaixonado). Foi um buraco de um punhal que estava na mão de um acovardado, que tinha na cabeça nada mais que um buraco: o buraco da intolerância.

Pobre João, ele foi mais um zero na estatística. Peraí, zero tem formado de buraco. O mesmo buraco que fazem pra enterrar muitos Joãos e Marias que são vítimas de crimes de ódio, esse mesmo ódio que é disfarçado de moral religiosa, machismo encubado e desejo internalizado. E o buraco da hipocrisia deixa rastro de sangue, de uma vermelho vivo de gente morta, no asfalto emburacado.

Essa comunidade pobre, de que tanto falei, está dentro de cada um de nós. Que possamos preencher os nossos buracos com sentimentos de vitória, amor universal e glória. E que a nossa voz seja instrumento de protesto por um mundo igual pra todos, sem distinção de gênero, condição social e raça. Tá, a minha voz sai da minha boca, que é um buraco. Então que os nossos buracos sejam bem utilizados em benefício do próximo.

Ahhh... se cada um sente prazer pelo buraco que deseja, então use sem moderação!!! E viva o buraco!!!

sábado, 23 de maio de 2015

Somos fogo e água. Temos que escolher um só?

O ser humano tem a mania de classificar tudo, como se isso resolvesse todos os problemas do Universo. É só dividir em bom e mau, legal e chato, bonito e feio, verdadeiro e falso e tudo está resolvido, certo? Errado. Não é tão simples assim.

O homem é um ser complexo, que está sempre em transformação, e por isso classificá-los é limitá-los em suas infinitas possibilidades. Ninguém é só Jesus e, nem tão pouco, só Judas. Todo mundo tem um pouco de Madre Tereza e Maria Madalena. Porque eu tenho que ser só a Branca de Neve, se eu também posso ser os sete anões, com as suas diversas personalidades?

Viver conforme o ambiente, agindo das mais diferentes maneiras, se adaptando ao meio, não é ser falso, é ser inteligente, desde que não perca a sua ESSÊNCIA. É preciso dançar no ritmo da música; seja samba, bolero ou funk. O que não pode é ficar parado. As pessoas que não aprendem a dançar ou insistem em bailar um ritmo só, sai da pista mais cedo e ainda culpa o DJ pelo fracasso da noite.

"Não gosto do fulano porque ele é falso." "Adoro ciclana porque ela é legal." "Eu não vou com a cara de beltrana porque nosso santo não bateu." É serio que você distingue as suas amizades só por causa disso? Se a resposta for sim, é melhor repensar nos seus conceitos, porque NINGUÉM é uma coisa só. Ou você acha que só tem coisas boas dentro de si?

O segredo é não criar expectativas em relação ao outro. Porque a expectativa é aquilo que eu gostaria que a pessoa fosse ou que fizesse e não aquilo que a pessoa realmente é. Nem todo mundo é só bom ou só mal. Somos um caldeirão de coisas negativas e positivas, o que é bastante relativo, dependendo da visão de quem olha.

 As pessoas que mais gostamos, em algum momento, vão nos decepcionar, pois esperamos muito delas. E aí, você vai julgar a pessoa só por essa atitude, ao invés de  analisar o contexto como um todo?

Somos o que queremos. Liberte-se!!!

sábado, 16 de maio de 2015

O preconceito de cada dia. Amém.


Você acha que em nossas vidas ainda existe preconceito?

Eu sinceramente gostaria de dizer que a vida é igual a uma peça de teatro, que tudo dá certo no final,  que as cortinas se fecham e todos são felizes pra sempre. FIM.

Fim? Hã? Por que? O preconceito acabou? Não, meus caros, ele só foi repaginado. Sabe quando vc é convidado pra uma festa chique e antes vai no cabelereiro fazer unha, o penteado, sobrancelha, massagem, depilação holandesa e yoga, e sai deslumbrante? Pois bem, o preconceito está assim, escondido dentro de uma bolsa Luis Vitton falsificada.

Tem frases preconceituosas que hj em dia me incomodam muito como:  “Tá na bíblia: Deus fez o homem e a mulher.”, “Homem não chora.”, “Fulano foi pro lado errado da vida pq quis”. “os negros tem preconceito dos próprios negros”, “Eu não tenho preconceito, mas dois homens se beijando no shopping é um absurdo. O q vou explicar pros meus filhos?”, “Vai tomar no cu” (como se não fosse bom). De boa, o mundo pedindo SOCORRO e tem gente preocupado em quem dá a bunda???

Sem contar nas mortes que ocorrem por não aceitarem o diferente. Será que é tão diferente assim? O que tem de mim no outro que eu rejeito tanto? Porque o afeto afeta tanto? O que as pessoas escondem dentro de si que faz com que tenha a necessidade de julgar?

O grande Albert Einstein uma vez disse: ”Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é viver como se os milagres não existissem.  A segunda é vivê-las como se tudo fosse milagre.” Eu escolhi viver a segunda maneira . E que a vida seja leve!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Amor líquido: evolução ou retrocesso?



A frase “Até que a morte os separe”, falado em alto e bom som em cerimônias de casamentos, simbolizando o amor idealizado, nunca esteve tão fora de moda nos dias atuais.

Estamos na era da comunicação instantânea, onde recebemos grandes quantidades de informações a todo o momento e essa globalização dos fatos em tempo real faz com que não se tenha uma base sólida, porque o que é considerado “certo” agora, daqui a cinco minutos já se tornou ultrapassado.

Essa dinâmica veloz do aqui/agora é consequentemente transferida para as nossas relações. Antigamente o amor era construído com o tempo, com a cumplicidade e com a tolerância. Atualmente, se uma relação não está da maneira que se deseja, porque tentar consertar, se o mundo mostra mil outras possibilidades batendo a nossa porta?

A busca incessante de sempre querer relacionamentos personalizados, faz com que as relações não sejam duradouras, e com o tempo faz com que se tenta maior dificuldade de criar vínculos. Se pudesse resumir em uma palavra a razão desse troca-troca afetivo, seria MEDO. O medo de se comprometer, o medo da frustração, o medo da entrega, o medo do desconhecido, o medo, o medo, o medo.  A realidade nos permite fugir da consolidação das relações pela porta de entrada e ainda faz com que pensemos que somos fortes, mas isso explicita ainda mais a nossa fragilidade.

A tecnologia desenfreada que nos vomita informações a cada segundo poderia ser vista como evolução, se usássemos de forma consciente a nosso favor e não como espelho a ser seguido em nossas relações.  Relacionar-se é como pegar um trem sem destino definido, sem a certeza que encontrará alguém que valha a pena. Se por acaso não encontrar, a viagem não estará perdida, pois o caminho é mais importante que o fim.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Sou à favor da "redução da vergonha na cara" política!!!

Está um blábláblá sobre o tema da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Visivilmente a maioria da população é a favor da diminuição da maioridade. Será que isso resolveria, de fato, a violência em nosso país? Seguem alguns questionamentos:

- Menos de 1% dos crimes são praticados por menores de 18 anos. Será que a aprovação dessa lei vai fazer "cosquinha" na tão sonhada paz universal?

- O Brasil é um dos países com mais presos mantidos em cadeias, ocorrendo a SUPERLOTAÇÃO (que é tão bem explorada nos programas como do Datena, entre outros). Onde colocaríamos esses adolescentes? O país tem estrutura?

- A maioria da população que é a favor da redução da maioridade para 16 anos acredita que as cadeias não reeducam, falando que os "bandidos" saem até piores do que entraram. Ué, se vai ficar pior, então porque mandar os adolescentes para esses lugares? Há uma contradição aí.

- Outro argumento utilizado é que os menores de 16/17 anos são usados por bandidos "maiores" para que os mesmos cometam crime por eles, já que não vão para a cadeia. Se a maioridade penal diminuir para 16 anos, o que garante que crianças de 14/15 anos não sejam manipuladas por bandidos para cometer crimes?

É claro que a violência no Brasil está cada dia mais alarmante, mas não seria mais inteligente combater a CAUSA do que a CONSEQUÊNCIA? Se não for corrigido esse problema no alicerce, a casa vai desmoronar e daqui a pouco teremos mais presídios do que escolas.

A solução está na EDUCACÃO, mas em um país onde os professores tem que entrar em greve e ir às ruas para protestar por condições dignas de trabalho, o que se pode esperar? Mas isso é história pra outro post...

terça-feira, 17 de março de 2015

Quem é você?


Você já parou pra pensar a seguinte questão: o mundo em que vivemos é mesmo real? E diante desta perspectiva (tanto quanto perturbadora), já se perguntou: Quem realmente somos?

Vivemos em uma vida de condicionamentos, onde sempre fazemos as mesmas coisas, ouvimos a mesma música, pedimos sempre o mesmo corte de cabelo, o mesmo sabor de sorvete, o mesmo perfume, a mesma pessoa idealizada, o mesmo, o mesmo e o mesmo. Esquecemos que o “mesmo” nos empobrece,
emburrece, aliena e nos limita. Será que essa percepção de que temos tudo sobre controle é realmente real? Ou será que é vazio?

Conforme já foi comprovado em pesquisas, o que é processado pela nossa mente é o mínimo de informação que chega até nós, ou seja, a realidade que temos como “certa” não é baseada em tudo que existe a nossa volta e por isso pode ser relativa. Se tudo é construído o tempo todo, então como sabemos que o que vivemos é verdade?

Algumas teorias afirmam que “as pessoas são responsáveis pelos seus próprios atos”, ou seja, o interior da pessoa afeta a sua própria realidade. O desejo e a intenção do indivíduo é que faz as coisas acontecerem a sua volta, onde tudo é conectado. Então a ideia de colocar as glórias e culpas em algo externo, como em um “Deus”, apesar de ser reconfortante, torna-se equivocada. É como brigar com o padeiro pela sua dor de barriga depois de comer oito pães. Não tem lógica.

A frase “Você é o que você pensa” nunca foi tão assertiva. Então, para mudar a realidade a sua volta, é preciso que haja uma transformação interna; abandonar o antigo “eu” e se “jogar” em um mundo de descobertas e questionamentos. Talvez essa busca não alcance nem a ponta do iceberg da verdade, mas como a verdade é subjetiva e construída, se acontecer a mudança de olhar e de percepção do mundo, já é um grande feito para a própria existência evolutiva.